Diversos fatores podem explicar a crise que vive o clube do Parque São Jorge: equívocos na mudança da gestão, dívidas, reformulação do elenco, falta de um projeto esportivo sólido e negociações frustradas são os principais problemas que assolam o Timão.
FALTA DE REFERÊNCIAS TÉCNICAS
O final da temporada 2023 escancarou aos olhos dos mais de 30 milhões de torcedores do clube que o elenco precisava de uma grande reformulação. No entanto, uma mudança drástica como essa necessita planejamento e, principalmente, dinheiro em caixa.
Ao se desfazer de nomes como Róger Guedes e Renato Augusto, o Corinthians perdeu duas de suas principais referências técnicas, que assumiam a responsabilidade em momentos de dificuldade.
Para assumir o papel deixado pela dupla, a diretoria corintiana foi ao mercado na tentativa de contratar “um reforço de peso”. Nomes como Gabigol e Rollheiser foram procurados, mas a direção esbarrou em outro grande problema que assola a instituição: dívidas e a falta de fluxo de caixa.
EQUÍVOCOS DA ATUAL GESTÃO
É de senso comum que a nova gestão do Corinthians, encabeçada pelo presidente Augusto Melo, herdou diversos problemas oriundos dos tempos da chapa Renovação e Transparência à frente do clube.
No entanto, muitos equívocos foram cometidos neste início de trabalho. Veríssimo, anunciado como a primeira contratação do Corinthians para a temporada, acertou com o futebol catari e deixou o Parque São Jorge.
O meia Rodrigo Garro, contratado em janeiro, demorou mais de um mês para estrear em razão de divergências no método de pagamento ao Talleres, ex-equipe do jogador.
Outro atleta que vive período de indefinição no Parque São Jorge foi Matheuzinho. O lateral, que pertence ao Flamengo, chegou a realizar exames médicos no CT Joaquim Grava e participou do treinamento aberto na Fazendinha. Porém, as partes ainda não tinham sacramentado a transferência em definitivo, o que gerou mais uma novela nos bastidores.
FALTA DE PROJETO ESPORTIVO
A falta de um projeto de futebol estruturado faz com que o Corinthians mude de rota frequentemente. Um exemplo foi a declaração do mandatário do clube após a derrota por 3 a 1 para o Novorizontino, em Itaquera, que garantiu a permanência de Mano Menezes no cargo.
– Mano é o treinador do Corinthians até 2025, estamos estruturando para que ele tenha condições melhores de trabalho – Afirmou Augusto.
Entretanto, um dia depois da alegação, o presidente optou por desligar o treinador do cargo sem ter um nome definido para assumir o posto.
A fim de solucionar – ou ao menos mitigar – a crise, separamos três soluções que a nova diretoria pode adotar no momento.
CONTRATAÇÕES
Apesar de ter contratado sete atletas nesta janela de transferências até o momento, o elenco do Corinthians continua desbalanceado. Algumas posições, como as pontas e o meio-campo, necessitam de reforços.
PROJETO DE LONGO PRAZO
Desde que o Palmeiras contratou Abel Ferreira, em novembro de 2020, o Corinthians demitiu sete treinadores (Mancini, Sylvinho, Vítor Pereira, Fernando Lázaro, Cuca, Luxemburgo e Mano Menezes).
A troca constante aliada a falta de um estilo de jogo definido, que deveria ser determinado pelo diretor de futebol do clube, fazem com que o Timão não tenha continuidade de trabalho e, consequentemente, dificuldades em fechar com jogadores que de adaptem ao estilo do time.
DÍVIDAS E ESTABILIDADE FINANCEIRA
Mesmo após fechar o maior patrocínio da história do futebol brasileiro (R$ 120 milhões anuais), o Corinthians precisou arcar com uma multa de aproximadamente R$ 40 milhões para romper com seu antigo parceiro. Essa é uma amostra de como os acordos do clube não são claramente revelados.
Estabilizar o fluxo de caixa da instituição é fundamental para que o Corinthians honre com seus pagamentos e possa traçar planos a médio e curto prazo.