Antes de falar dos outros motivos que levaram à derrota alviverde, é preciso considerar que houve um adversário que também lutou para vencer. O Bahia foi um rival duro, que competiu em todos os setores do campo para deixar o Verdão desconfortável, especialmente no meio, onde não havia cobertura para as descidas de Zé Rafael e Gabriel Menino, e onde não houve criatividade para trabalhar a bola. Não à toa o gol baiano saiu em um lance em que Cauly aliou técnica e “briga” para abrir caminho na intermediária, até que Danielzinho bateu, Lomba rebateu e Thaciano completou.

Mas o trabalho do Bahia não explica 100% da derrota do Palmeiras. Os donos da casa souberam explorar as deficiências da equipe de Abel Ferreira, muitas delas causadas pela ausência de quatros dos principais titulares: Weverton, Piquerez, Raphael Veiga e Rony, que não puderam atuar, pois estavam com suas seleções na Data Fifa. Apesar de terem chegado ao Brasil na quarta-feira (21), não seria possível utilizá-los pela questão física. Dessa forma, o Verdão perdeu cerca de 40% do time, praticamente um atleta de cada setor.

Se uma ausência ou outra já faz diferença durante a temporada, imaginem quatro de uma vez e quatro desse quilate. Não há quem resista, nem mesmo o melhor e mais organizado time do país. É verdade que faltou eficiência nas chances criadas e isso poderia ter feito a diferença no resultado, mas também é preciso destacar que algumas das peças utilizadas não foram capazes de suprir a ausência dos titulares. Quando precisou recorrer ao banco para mudar o jogo, Abel não obteve a resposta esperada. Além disso, o ataque, apesar de criar chances, não foi eficiente para salvar os três pontos, como costuma fazer em situações assim.

A opção pelo elenco curto, acordada entre diretoria e comissão técnica, acaba tendo seu preço nesses momentos. Fez falta, por exemplo, um jogador de meio-campo, aquele tão sonhado camisa 5. Zé Rafael é ótimo jogador e tem feito jogos memoráveis, mas quando perde a bola, não tem uma cobertura adequada, pois também não tem o cacoete para evitar essas situações. Contra o Bahia, faltou um jogador assim, deixando Zé mais como segundo volante, ajudando na criação. Isso sem contar a falta de um substituto adequado para Veiga e atletas mais decisivos (e mais prontos) do meio-campo para frente.

Acontece que nem sempre tudo vai convergir com o trabalho competente que o Palmeiras tem feito nos últimos anos. Há fatores que não são possíveis de serem controlados, por isso é preciso fazer o melhor dentro daquilo que é controlável. Isso pode ser feito aproveitando o máximo de chances no ataque e minimizando os problemas defensivos, coisas que não foram feitas diante do Bahia. São lições que o time segue aprendendo e certamente vai levar para os próximos compromissos. A derrota foi dura, mas pontual, e não é motivo para desespero.

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