A visão é compartilhada por Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa. Para ele, a venda centralizada dos direitos de transmissão resulta em uma menor disparidade entre as receitas dos clubes. Ele falou, inclusive, sobre a situação específica do futebol português, no qual o Governo precisou intervir e obrigou unificação dos clubes, prevista para acontecer a partir de 2028.Por conta da experiência com a liga portuguesa, Proença defende que seja adotado um modelo semelhante no Brasil. Para ele, é inviável exportar a futura liga brasileira se times como Flamengo e Corinthians venderem seus direitos de maneira individualizada.- A grande razão (para a importância da centralização) é não termos um produto homogêneo. Não temos um modelo, em que o primeiro e o 18º colocado cumprem exatamente as mesmas regras. Não temos um modelo de controle econômico dos clubes que obrigue que as verbas que recebemos sejam investidas nomeadamente em infraestrutura, gramado, iluminação, na qualidade do produto. A recomendação que eu dou para o futebol brasileiro é: quanto mais cedo fizerem, mais cedo haverá o produto – analisou Proença.
Como estão as negociações no Brasil?O Brasil vive um processo de formação da liga de clubes desde meados de 2021. A atuação da liga está prevista para começar em 2025, quando o atual contrato de direitos de transmissão da Série A do Brasileirão terá terminado.Por enquanto, os clubes estão divididos em dois blocos: a Liga do Futebol Brasileiro (Libra), que tem a adesão de 18 times, e a Liga Forte Futebol (LFF), que conta com a participação de 26 equipes.Ainda não houve entendimento para unificar os dois grupos. Os principais pontos de discordância atualmente são cláusulas de proteção para Flamengo e Corinthians e questões de governança, como a regra de unanimidade presente no estatuto da Libra.Clubes da Libra (18): Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.Clubes da LFF (26): ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.