O Água Santa levou a campo um 4-4-2 em linhas, marcando por zona – ou seja, protegendo o espaço e não perseguindo adversários. Como não é possível defender o campo inteiro com apenas quatro jogadores, times que marcam nessa formação precisam fazer escolhas sobre quais regiões do campo proteger. A escolha do Netuno foi por bloquear a entrada da área e acompanhar o movimento da bola, de um lado para o outro. Quando a bola chegasse em uma das pontas, era o momento de tentar a recuperação.

No futebol, cada escolha tática tem suas vantagens e desvantagens. Se o Água Santa imaginou que poderia recuperar mais bolas ao pressionar a lateral do campo com muitos jogadores, do outro lado deixava o corredor livre para inversões. E o grande pecado do Palmeiras foi não explorar essa deficiência.

É verdade que a ausência de Danilo faz o Palmeiras perder qualidade nessas viradas de bola, mas o desfalque na posição não é novidade. O treinador teve tempo mais que suficiente para encontrar soluções de ordem coletiva, como uma mudança no desenho tático, para solucionar os problemas ofensivos  e defensivos do time.O trabalho de Abel é brilhante, mas críticas fazem parte do processo. Mais do que uma correção para o segundo jogo da final – onde o Palmeiras tem totais condições de reverter o resultado -, a derrota para o Água Santa no jogo de ida deve servir como um sinal de alerta para o treinador e seus planos para a sequência da temporada.

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