— Interferir na escalação, diretamente, comigo não. Porque ele, ou qualquer presidente, ou diretor que disser ‘tem que jogar este ao invés deste’, no segundo a seguir, ele fica sem treinador. Tenho 23 anos de trajetória, 23 anos que me trouxeram até aqui, e vai ser assim que vou morrer — afirmou o treinador.

A relação entre Renato Paiva e Textor foi tema de especulações durante a temporada, especialmente em momentos de oscilação do Botafogo. Segundo o português, embora Textor manifestasse opiniões e até insatisfações sobre escolhas táticas, nunca chegou a exigir mudanças específicas no time titular.

— Ele não gostava de algumas opções, transmitia aos diretores. Não gostar é legítimo. Mas dizer ‘jogue este ao invés deste’, não. Isso nunca fez, nem tinha hipótese — garantiu.

Renato detalhou ainda a dinâmica das conversas com a cúpula do clube, reafirmando que mantinha autonomia nas decisões técnicas.

— Nunca tive presidente ou diretor que dissesse ‘vai ter de jogar este no lugar deste’, nunca. Perguntam: ‘Mas este, por quê? Este não seria melhor?’ Mas, no final, respeitam. Este (Textor) mandava recado pelos diretores, mas não interferia diretamente na escalação. Podia não gostar — ele às vezes não gostava de uma ou outra opção — mas a mim ele não disse.

Paiva foi direto ao afirmar que, caso qualquer dirigente tentasse interferir de maneira explícita, sua saída seria imediata.

— Interferência direta não teve, nem ele, nem ninguém. Nunca, nunca vai ter, porque, como eu te disse: no segundo seguinte, eu vou-me embora e digo para ele treinar. Já que ele quer ser treinador, treine ele — concluiu.

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