A mudança iniciou na semana passada, quando o Furacão tirou as logos da empresa que estavam espalhadas pela Arena, tanto interna quanto externamente. O novo letreiro está sendo instalado no estádio desde quarta-feira (23).
O clube também pretende fazer mudanças em outros setores, mas não deu detalhes e apenas “prometeu novidades em breve”. Vale lembrar que não há previsão para a entrega de todas as intervenções.
Essas alterações vão de encontra com a principal crítica da torcida desde à reforma da Arena para a Copa do Mundo de 2014: a cor predominante do estádio é cinza, diferente da antiga versão, entre 1999 e 2011, que possuía as cores do Furacão.
No mês passado, o Athletico suspendeu e depois encerrou o contrato com a detentora dos naming rights do estádio. A alegação rubro-negra é uma dívida de R$ 50 milhões por parcelas atrasadas. A empresa nega.
A Ligga Telecom e o Furacão chegaram a se reunir para tentar uma solução, com pedido de redução dos valores pela queda do clube à Serie B em 2024, mas o caso foi parar na Justiça. Sem resolução, a diretoria atleticana deixou de mencionar a marca como nome da praça esportiva nas redes sociais e no site oficial, e retornou com as tradicionais “Arena da Baixada” e “Caldeirão”. O nome oficial do estádio passou de Joaquim Américo para Mario Celso Petraglia no ano passado.
– A Ligga Telecom foi surpreendida com a decisão do Athletico, visto que negociações estão em curso. Ressaltamos que o diálogo entre as partes tem o objetivo de revisar os termos do contrato vigente, com foco na construção de uma solução que atenda aos interesses mútuos. O contrato firmado prevê cláusulas de confidencialidade que impedem a divulgação de informações sobre as negociações em andamento – afirmou a empresa, em nota.
O acordo de naming rights do Athletico com a Ligga Telecom foi colocado como garantia para o pagamento da dívida da Arena. Orçada em R$ 184,6 milhões, a reforma do estádio para a Copa do Mundo de 2014 foi finalizada ao custo de R$ 590 milhões, sem a cobrança de multas e juros moratórios. Se tivesse, a quantia subiria para R$ 1,2 bilhão.
No contrato tripartite, Estado e Município pagarão R$ 75 milhões cada. O governo já cumpriu sua parte no ano passado, enquanto a prefeitura fez o depósito de R$ 50 milhões (descontado por outra dívida do clube) neste mês.
Já o Athletico pagou R$ 50 milhões em 2023, R$ 68,4 milhões no ano passado e R$ 67,5 milhões nesta temporada. O total que precisa ser pago, atualmente, é de R$ 364 milhões.
Desse valor total, R$ 233 milhões são em títulos de potencial construtivo emitidos pela prefeitura e R$ 131 milhões sairão direto dos cofres do clube. Restam 13 parcelas, corrigidas pela Taxa de Juros de Longo Prazo + 1,9% ao ano, de forma decrescente.
Todas as parcelas contam com a amortização do potencial construtivo repassado pelo município, que depende da comercialização. Na última parcela (R$ 67,5 milhões), a prefeitura repassou R$ 6,9 milhões, enquanto o Furacão esperava R$ 20 milhões, de acordo com decreto municipal. Dessa forma, o clube precisou bancar a diferença.
A outra garantia de pagamento da reforma da Arena, colocada pelo Athletico, são as mensalidades de sócio-torcedor. Em 2024, de acordo com o balanço financeiro, o clube arrecadou R$ 59,3 milhões na modalidade.