É verdade que a atuação da equipe do Verdão no primeiro tempo esteve bem longe do que se espera. Aparentemente com uma marcha mais lenta e com muitos erros de tomada de decisão, o Alviverde até teve oportunidades, mas muito mais dificuldades, que começaram nas saídas de bola. Tanto é que o primeiro gol do Barcelona teve origem em um passe errado de Zé Rafael e o segundo surgiu depois de passe errado de Mayke. Ambas jogadas teoricamente fáceis de serem resolvidas, mas que tiveram problemas na execução.

No entanto, entre o primeiro e o segundo gols, e depois do segundo gol, o Palmeiras criou muitas chances para descontar ou até empatar o placar. Ainda que o torcedor estivesse vendo uma atuação atípica da equipe em termos de erros defensivos, tudo levava a crer que uma mudança no cenário do jogo aconteceria a qualquer momento. A confiança do palmeirense é tão grande nesse time, que até uma derrota por 2 a 0 não é sinônimo de tragédia, mas sim de reação. E O estádio virou um inferno para os visitantes na segunda etapa da partida.

Em 12 minutos após o intervalo, o Verdão já havia empatado a partida e criado inúmeras chances de marcar. No placar estava mostrando 2 a 2, mas a verdade é que já poderia estar 4 a 2/5 a 2/6 a 2… A vitória de virada era iminente, ela já tinha deixado de ser provável no primeiro gol, marcado por Gómez. Dali em diante com o Allianz Parque em peso cantando “time da virada, time do amor”, não havia adversário que pudesse parar o ímpeto palmeirense, e não seria o caso do Barcelona, por mais valente que ele tenha se mostrado.

Do outro lado estava o Palmeiras, que é o melhor time da América com uma margem bem grande para o segundo colocado, mas bem grande mesmo. Não há outra equipe com tanta consistência, com tanta imposição, que coloque tanto medo e que seja capaz de fazer o que foi feito na noite da última quarta-feira (7). Pode até perder, pode até escorregar, vacilar, ser eliminado em um mata-mata, ser surpreendido por um esquema desconfortável do adversário, mas é muito raro. São mais de 30 jogos de invencibilidade em casa e apenas três derrotas no ano de 2023.

Com toda essa atmosfera, com essa pressão, com essa imposição, foi questão de tempo até Artur fazer o gol da virada do Palmeiras, que acontece com 24 minutos da segunda etapa. Ou seja, em menos de 25 minutos, o Verdão pulverizou a enorme vantagem que o Barcelona-EQU suou para conseguir no primeiro tempo. Os equatorianos ainda assustaram em uma ou duas bolas, mas o mais provável ali era mais um gol do Alviverde, que acabou saindo dos pés de Endrick para fechar a vitória por “apenas” 4 a 2. Era para ter sido cinco, seis, sete, oito….

Seja você “anti”, seja você torcedor de um rival, seja você “invejoso”, seja você um desafeto de Abel Ferreira, mas não seja negacionista. O que Palmeiras faz no futebol brasileiro e sul-americano é algo histórico, não apenas pelos números e pelos resultados, mas pelo que se vê dentro de campo. Pode não ser o futebol mais brilhante, mas sem dúvidas é o mais consistente e eficiente. A comparação com o futebol mundial fica mais difícil pela falta de confrontos, mas certamente faria um bom papel nesse cenário também. Enquanto isso, o Verdão fica mesmo sendo o time da virada, do amor, da América e da história. Qual vai ser a próxima epopeia contada por Abel e seus comandados?

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