O problema é: apegar-se a quê? Será que um time tão irregular como o do Peixe vai conseguir manter a regularidade nas atuações? Quais as garantias que Paulo Turra pode dar de que o time vai seguir nesse ritmo? E mais: o quanto o estilo de jogo propositivo do Botafogo propiciou ao Alvinegro Praiano encaixar o seu jogo?
A melhora técnica santista diante do Fogão pode dar uma falsa ilusão de que as coisas podem estar no caminho. Para piorar, ela mexe com o psicológico de um time jovem e que é, por si só, psicologicamente abalado. Pois, até quando joga bem, é traumatizado no fim.
Assim, fazendo a análise acerca dos cenários, a probabilidade é muito maior de os jogadores do Santos carregarem consigo os 10 minutos finais contra o Botafogo do que os outros 80 que, possivelmente, foram os melhores da equipe na temporada, tanto em nível técnico quanto na competitividade.
Jean Lucas foi um presente no meio-campo, mas ainda não tem condições de manter o nível em 90 minutos. Com a saída dele, por volta dos 15 minutos do segundo tempo, o nível da equipe alvinegra caiu visivelmente. Enquanto o atleta não conseguir atuar no mesmo ritmo o tempo todo, o Peixe vai ter que aproveitar ao máximo os momentos em que o jogador estiver inteiro em campo. E, para isso, os outros titulares vão precisar estar na mesma sintonia, o que muitas vezes não foi sentido contra o Glorioso.
A parte defensiva é outro quesito que precisa ser ajustado, e com urgência. São 12 gols sofridos em quatro jogos, uma média de três por partida. É muito. Mas muito mesmo. E Paulo Turra precisa fazer os ajustes necessários para que isso não seja repetido. O que será muito pior caso as dores no quadril que tiraram João Paulo da reta final do jogo sejam algo grave, que tire o goleiro de atividade por algum tempo. E não é que Vladimir tenha sido um grande culpado nos gols sofridos pelo Peixe, mas a presença de JP dá uma segurança ímpar ao time santista, que não existe com o reserva.